Por que o consumo de café resiste mesmo com preços em alta histórica? Entenda os motivos



Consumo global de café surpreende diante da alta nos preços

Apesar do preço futuro do café ter ultrapassado a marca dos 400 centavos de dólar por libra-peso em fevereiro de 2025 — um recorde histórico na bolsa ICE — o consumo mundial da bebida mostrou notável resiliência. Executivos das maiores tradings globais revelaram, durante o Coffee Dinner & Summit, que a demanda não caiu tanto quanto o mercado esperava, contrariando projeções pessimistas.

Crescimento impulsionado principalmente por novos consumidores na Ásia

Teddy Esteve, diretor da divisão de café da Ecom Agroindustrial, destacou que embora o consumo não tenha crescido significativamente, ele não sofreu a queda drástica prevista. Segundo ele, a força da demanda está em expansão especialmente em países asiáticos, apontados como o “futuro do crescimento do café”. Essa nova base de consumidores ajuda a manter o mercado aquecido mesmo diante de preços elevados.

Déficits sucessivos sustentam preços e mantêm o consumo firme

O CEO da Sucafina, Nicolas Tamari, reforçou que os preços globalmente elevados foram resultado de déficits consecutivos no mercado de café. “Esperava uma queda maior no consumo com o preço a 400 centavos, mas o consumo permaneceu forte”, afirmou. Segundo Tamari, problemas logísticos que afetaram o transporte em algumas regiões dificultaram uma avaliação mais precisa da demanda, mas ainda assim a estimativa global é de uma demanda de 174 milhões de sacas de 60 kg para 2025.

Perspectivas de crescimento moderado e preços ainda elevados

Apesar da recente queda nos preços, que hoje operam próximos a 300 centavos de dólar por libra-peso — ainda um patamar historicamente alto —, a safra brasileira, maior produtora mundial, traz alguma folga ao mercado. A previsão é de um crescimento do consumo global de café em torno de 1% ao ano, indicando um mercado estável, porém com expansão gradual.

O que o mercado do café reserva para o futuro?

A combinação de preços elevados, déficits logísticos e a expansão dos consumidores asiáticos sugere que o mercado do café continuará resiliente. Com a manutenção da demanda, principalmente em novos mercados, produtores e exportadores devem acompanhar de perto as variações climáticas e a logística para ajustar oferta e evitar grandes oscilações nos preços.


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