A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (31) que todos os países que ainda não firmaram um acordo comercial ou não receberam comunicação oficial sobre novas tarifas dos Estados Unidos deverão ser notificados até o final do dia. O alerta foi feito pela porta-voz Karoline Leavitt, que afirmou que a equipe de negociações comerciais do governo do presidente Donald Trump está trabalhando sem parar para fechar os últimos detalhes da lista de países que podem ser afetados.
A medida faz parte de uma ofensiva global de Trump para impor tarifas de importação a nações que, segundo a Casa Branca, não oferecem condições comerciais justas para os Estados Unidos. A estratégia de pressão tarifária tem gerado reações em vários mercados e promete seguir como um tema quente nos próximos meses, especialmente porque envolve aliados históricos dos EUA, grandes exportadores e economias emergentes.
De acordo com Leavitt, quem ainda não foi notificado receberá uma carta oficial ou um decreto presidencial até a meia-noite desta quinta-feira. Com isso, o governo americano espera fechar todas as pendências e consolidar sua lista de países parceiros ou alvos de tarifas adicionais. Nos bastidores, diplomatas e empresários de várias nações aguardam com preocupação o comunicado.
Países tentam evitar o tarifaço
Nesta semana, alguns governos conseguiram avanços para escapar das tarifas. O Paquistão, por exemplo, enfrentava a possibilidade de uma tarifa de importação de 29% sobre seus produtos, mas informou que chegou a um acordo tarifário com os EUA. Segundo Trump, esse pacto também inclui negociações relacionadas ao fornecimento de petróleo, o que ajudou a aliviar a ameaça tarifária imediata.
Enquanto isso, empresas americanas e governos estaduais continuam questionando a legalidade das tarifas de Trump em tribunais federais. No tribunal de apelações dos EUA, um teste importante ocorre para decidir se o presidente realmente pode usar seus poderes de emergência para justificar a imposição unilateral de tarifas tão altas. As companhias alegam que tais medidas violam acordos internacionais e podem prejudicar cadeias produtivas que dependem de peças e matérias-primas importadas.
Impacto para o Brasil e outras economias
O Brasil é um dos países que aguardam sinais claros de Washington. O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenta negociar diretamente com a Casa Branca para evitar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos exportados para os EUA. Setores como o agronegócio, a indústria de autopeças e fabricantes de equipamentos elétricos estão entre os mais vulneráveis.
A estratégia de Trump de usar as tarifas como moeda de troca em negociações comerciais não é novidade, mas o endurecimento das medidas surpreendeu analistas. Muitos esperavam que, em ano pré-eleitoral, o governo buscasse acordos mais rápidos para não arriscar turbulências nos mercados. No entanto, a Casa Branca reforça que a prioridade é proteger a indústria americana e reequilibrar as relações comerciais.
Próximos passos
Após o prazo final desta quinta-feira, especialistas acreditam que o governo dos EUA deve divulgar uma lista completa dos países que fecharam acordos, dos que seguem em negociação e daqueles que sofrerão tarifas pesadas. Essa definição deve gerar forte impacto nos mercados financeiros globais e pressionar empresas exportadoras a reavaliar estratégias de venda e produção.
Para investidores, empresários e governos estrangeiros, a pergunta segue no ar: seu país vai mesmo entrar na lista de tarifas de Trump? A resposta, segundo a própria Casa Branca, deve chegar antes da meia-noite.
Comentários
Postar um comentário