A companhia aérea irlandesa Ryanair estuda ampliar o valor do bônus pago aos funcionários que identificam passageiros com bagagens fora do tamanho permitido. A proposta reforça a estratégia da empresa para conter atrasos no embarque e garantir que todos os clientes cumpram as regras estabelecidas na hora de reservar o voo.
Recompensa pode subir para coibir excesso
Atualmente, cada funcionário recebe cerca de € 1,50 (aproximadamente R$ 9,76) por cada bagagem irregular que for interceptada antes de embarcar. O limite mensal desse bônus é de € 80 (R$ 520,50) por colaborador. Segundo o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, a companhia avalia aumentar esse valor, mas ainda não há detalhes sobre qual seria o novo teto ou percentual de reajuste.
A medida busca intensificar a fiscalização nos portões de embarque. A lógica é simples: malas fora do padrão atrasam o embarque, causam transtornos para outros passageiros e podem comprometer o aproveitamento do espaço nas cabines.
Passageiros pagam caro pela irregularidade
No outro lado dessa equação, o passageiro que descumpre as normas de bagagem é penalizado com uma taxa extra que pode chegar a € 75 (R$ 487,96). Essa cobrança incide quando a mala ultrapassa o tamanho ou peso permitido pela tarifa adquirida. No modelo padrão da Ryanair, cada cliente tem direito a uma bagagem de mão pequena, com até 10 kg. Qualquer bagagem maior ou adicional precisa ser paga separadamente no ato da compra da passagem ou no embarque.
A prática de cobrar por bagagens adicionais é uma das principais estratégias de receita complementar adotadas pela companhia, famosa por suas passagens de baixo custo na Europa. Na visão da empresa, o bônus para funcionários que fiscalizam é uma forma de estimular o cumprimento das regras por parte dos passageiros.
Alta ocupação aumenta necessidade de controle
Segundo a própria Ryanair, a operação atual registra voos quase sempre lotados. Em média, metade dos viajantes carrega duas malas dentro das regras, enquanto a outra metade leva apenas uma. Com aviões cheios, qualquer volume extra pode significar atrasos na acomodação das bagagens de mão, além de comprometer o conforto dos passageiros.
Para a empresa, a fiscalização mais rígida é uma resposta prática para manter a pontualidade, que é uma das principais promessas da companhia low cost. A gestão do espaço na cabine também é apontada como essencial para evitar atrasos em conexões e escalas.
Estratégia segue modelo de baixo custo
O modelo da Ryanair é calcado em tarifas reduzidas, mas com cobrança por serviços adicionais. Essa estrutura torna a bagagem um dos principais pontos de atenção. Para muitos viajantes, a regra de embarcar apenas com mala de mão dentro dos limites é uma forma de economizar, mas o descumprimento acaba custando caro.
Ao estudar ampliar o bônus dos funcionários, a companhia sinaliza que pretende manter rígida a vigilância sobre esse aspecto operacional. A expectativa é de que a medida, se implementada, fortaleça ainda mais o modelo de negócios da empresa, que prioriza alta ocupação, voos pontuais e custos reduzidos.
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