Santander Brasil decepciona analistas no 2T25 com EBT fraco e provisões elevadas — ação cai na B3

 


O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de resultados dos grandes bancos brasileiros no segundo trimestre de 2025, mas não empolgou o mercado. Apesar de registrar lucro líquido de R$ 3,66 bilhões — alta de 9,8% em relação ao mesmo período de 2024 — o resultado ficou abaixo das expectativas de consenso, que projetavam R$ 3,73 bilhões, segundo dados da LSEG.

Na B3, o mercado reagiu de forma fria: as units SANB11 chegaram a cair cerca de 3% na abertura desta quarta-feira (30), amenizando para uma baixa de 0,42%, cotadas a R$ 26,26 por volta das 10h40.


📉 O que pesou no balanço

O desempenho do Santander foi impactado principalmente por:

  • Lucro antes dos impostos (EBT) 12% menor que o do trimestre anterior, pressionado por resultados mais fracos da tesouraria;

  • Provisões para perdas de crédito que saltaram para R$ 7,76 bilhões, alta de 17% em 12 meses;

  • Margem líquida de mercado negativa em R$ 700 milhões, bem abaixo das projeções do JPMorgan (-R$ 300 milhões) e revertendo o ganho de R$ 97 milhões do 1T25.

Apesar de o ROE (retorno sobre patrimônio líquido) ter atingido 16,4%, acima da projeção do Bradesco BBI (15,4%), ficou abaixo do 17,4% registrado no 1T25.


📌 Visão dos analistas

  • Bradesco BBI: viu o lucro líquido levemente acima de sua estimativa, mas ressaltou que o EBT caiu mais que o esperado, sinalizando tendência de pressão sobre resultados. A recomendação segue neutra.

  • JPMorgan: destacou EBT 6% abaixo das suas projeções e vê espaço para comprar em caso de fraqueza, já que o ativo está negociando perto de 1x P/B — um “piso teórico” para potencial fechamento de capital, considerando que a controladora já detém 91% das ações.

  • Goldman Sachs: destacou provisões e cenário macro mais desafiador, citando também aumento de recuperações judiciais no agronegócio. Manteve recomendação neutra.


📌 Sinalização do Santander

Em teleconferência, Mario Leão, CEO do Santander Brasil, reconheceu o momento desafiador, mas minimizou o risco de deterioração prolongada:

“Não esperamos que continue a deterioração em agro e corporate para sempre. Antecipar o provisionamento torna o portfólio mais saudável.”

O executivo também indicou que o banco deve voltar a expandir seu portfólio de risco sacado no 3T25, após retração no trimestre em razão de mudanças no IOF.


🔍 Vale a pena ficar de olho

Apesar da reação morna, o Santander Brasil ainda é visto por algumas casas como potencial oportunidade de compra em caso de novas quedas. O papel acumula desempenho inferior frente a Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) no mês — o que pode chamar atenção de investidores em busca de bancos subavaliados.

No entanto, o alerta para provisões elevadas, crescimento de crédito ainda tímido e margens comprimidas segue no radar.


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