Semana promete agitar mercados com novos dados de inflação, PIB e pistas sobre corte de juros

 


Indicadores no Brasil, EUA e China podem redefinir apostas sobre Selic e Fed

Após uma semana marcada por feriado nos Estados Unidos e indicadores mistos no Brasil, a nova agenda econômica começa com potencial para provocar fortes movimentos nos mercados financeiros. Dados de inflação, atividade econômica e decisões de política monetária devem ditar o ritmo dos negócios nos próximos dias — e reacender apostas sobre os próximos cortes de juros, tanto no Brasil quanto nos EUA.

Por aqui, a semana teve início nesta segunda-feira (7) com a divulgação do IGP-DI de junho, que confirmou projeções de deflação, reforçando a tendência de alívio nos preços ao produtor. Ainda nesta manhã, o mercado acompanhou o Relatório Focus, com estimativas para inflação, PIB, câmbio e Selic. Além disso, os dados da Anfavea sobre produção e vendas de veículos completaram a rodada inicial de indicadores domésticos.

IPCA e PIB sob os holofotes

Os dados mais aguardados no Brasil chegam na quinta-feira (10), com o IPCA de junho, principal índice oficial de inflação, previsto em 0,19% na média das projeções. Também serão divulgados o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola e a primeira leitura do IGP-M de julho. Esses indicadores devem ajudar a calibrar as apostas em relação à próxima reunião do Copom, especialmente após o Banco Central sinalizar cautela no processo de corte da Selic.

Na atividade real, os dados de comércio (terça), serviços (sexta) e produção industrial regional devem fornecer um retrato mais claro do desempenho da economia no segundo trimestre. Eles são importantes para medir o ritmo de crescimento do PIB e compreender o impacto das políticas de aperto monetário nos diversos setores produtivos.

EUA e China no radar global

No cenário internacional, todas as atenções se voltam para a divulgação da ata da última reunião do FOMC, marcada para quarta-feira (9). O documento deve revelar os bastidores da decisão mais recente do Federal Reserve e apontar o tom do comitê em relação a cortes de juros ainda em 2024. A publicação vem na esteira do último payroll, que mostrou criação de empregos acima do esperado, mas com desaceleração nos salários — uma combinação que pode reforçar a tese de “pouso suave” da economia americana.

Já a China divulgará, ainda na noite de terça-feira, seus principais dados de inflação: o CPI (índice de preços ao consumidor) e o PPI (índice de preços ao produtor). Os números são cruciais para avaliar a força da recuperação da segunda maior economia do mundo e os impactos sobre os preços das commodities.

Europa e confiança empresarial

Na zona do euro, as vendas no varejo (divulgadas nesta segunda-feira) e o índice final de preços ao consumidor da Alemanha (sexta-feira) completam o panorama externo, num momento em que o Banco Central Europeu (BCE) também debate os próximos passos da política monetária.

No Brasil, o mercado ainda acompanhará a confiança do empresariado industrial, medida pelo ICEI, além do fluxo cambial semanal e do Índice de Commodities (IC-Br). Todos esses dados ajudarão a refinar projeções de crescimento, inflação e juros, e podem gerar oscilações no câmbio, nas taxas futuras e no comportamento da Bolsa brasileira.


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