TikTok pode sair do ar nos EUA: entenda por que 170 milhões de usuários podem perder o app

 


O TikTok, plataforma de vídeos curtos que virou febre mundial, pode estar com os dias contados nos Estados Unidos. O alerta foi dado nesta quinta-feira (25) pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista à CNBC. Segundo ele, se a China não aprovar um acordo para a venda das operações do aplicativo no país, o TikTok deverá encerrar suas atividades para cerca de 170 milhões de usuários norte-americanos.

A declaração aumenta ainda mais a pressão sobre a ByteDance, gigante chinesa dona do TikTok. O governo dos EUA exige que a empresa venda os ativos do app no território norte-americano para um grupo de investidores dos EUA, sob pena de banimento.

TikTok nos EUA: o que está em jogo?

O TikTok é alvo de uma disputa geopolítica desde 2020, quando passou a ser visto como ameaça à segurança nacional dos EUA por supostamente compartilhar dados com o governo chinês — algo que a ByteDance nega.

Para tentar evitar o bloqueio, o presidente Donald Trump prorrogou em julho por 90 dias o prazo para um acordo, estendendo o limite até 17 de setembro. A exigência para venda ou encerramento das operações do TikTok foi reforçada por uma lei aprovada em 2024, que já previa a proibição até janeiro, caso não houvesse avanço significativo nas negociações.

Algoritmo é ponto central do impasse

O grande ponto de disputa é o algoritmo que faz o TikTok funcionar. Ele é considerado o coração da plataforma, responsável por exibir vídeos personalizados que mantêm milhões de pessoas engajadas.

Howard Lutnick reforçou que os norte-americanos deverão ter controle total da tecnologia e do algoritmo. “A China pode manter uma pequena participação, ou a ByteDance pode ficar com uma parte pequena. Mas, basicamente, os norte-americanos terão o controle. Os norte-americanos serão proprietários da tecnologia e controlarão o algoritmo”, afirmou.

China resiste à venda

Apesar de conversas avançadas entre a ByteDance e investidores dos EUA para criar uma nova empresa com operação independente, a China sinalizou que não aprovará o negócio, principalmente após Trump anunciar novas tarifas sobre produtos chineses.

Sem autorização do governo chinês, a venda esbarra em leis locais de restrição à exportação de tecnologia sensível. Assim, mesmo que haja compradores interessados, o acordo pode morrer na mesa de Pequim.

O que diz o TikTok?

Até o momento, a empresa não comentou oficialmente as declarações de Lutnick. Em outras ocasiões, o TikTok tem reforçado que não compartilha dados de usuários americanos com o governo chinês e que suas operações nos EUA são independentes.

E se o TikTok sair do ar?

Caso o banimento se concretize, milhões de criadores de conteúdo, marcas e pequenas empresas que dependem da plataforma para negócios e divulgação perderão uma das principais vitrines digitais do mundo.

Além disso, especialistas avaliam que a medida pode aprofundar as tensões comerciais entre EUA e China, já estremecidas por tarifas e restrições a empresas de tecnologia como Huawei e Alibaba.

Próximos passos

O prazo final para a definição está marcado para 17 de setembro. Até lá, as negociações seguem nos bastidores entre autoridades americanas, representantes da ByteDance e possíveis compradores.

Enquanto isso, os 170 milhões de usuários do TikTok nos EUA acompanham de perto a novela para saber se precisarão migrar para outras redes sociais em breve.


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