Trump volta a pressionar Powell publicamente
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a provocar tensão no cenário econômico ao exigir, nesta quarta-feira (2), a renúncia imediata do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. A declaração reacende um embate antigo entre os dois, que teve início ainda durante o mandato anterior de Trump na Casa Branca.
A crítica de Trump se dá em meio ao contexto eleitoral e a um ambiente econômico desafiador, em que o Federal Reserve tem atuado com cautela para conter a inflação nos Estados Unidos, equilibrando decisões de juros com os riscos de recessão.
Powell foi nomeado por Trump, mas reconduzido por Biden
Jerome Powell foi originalmente indicado ao comando do Fed pelo próprio Donald Trump, durante seu mandato presidencial. No entanto, após deixar o cargo em 2021, Trump viu seu sucessor, o presidente Joe Biden, manter Powell no cargo com uma recondução para mais quatro anos. O atual mandato do presidente do banco central americano tem fim previsto para maio de 2026.
Apesar da recondução por Biden, as críticas de Trump a Powell nunca cessaram. O ex-presidente frequentemente acusa o chair do Fed de não agir com firmeza suficiente diante de desafios econômicos, e agora, com as eleições de 2026 se aproximando, suas declarações ganham nova intensidade.
Impactos da crítica na política monetária e no mercado
As declarações de Trump têm potencial de abalar a percepção de independência do Federal Reserve, algo considerado essencial para a credibilidade da política monetária americana. Interferências políticas no Fed são vistas com preocupação por investidores e analistas, já que podem comprometer decisões técnicas voltadas ao controle da inflação e à estabilidade financeira.
Embora os presidentes dos EUA tenham indicado nomes ao banco central, é raro que líderes eleitos pressionem publicamente pela saída de um chair em exercício. A tentativa de Trump de forçar uma renúncia pode ser interpretada como um movimento político para influenciar a condução da política econômica antes de um novo ciclo eleitoral.
Fed resiste a pressões políticas
Historicamente, o Federal Reserve tem resistido a pressões externas, sejam do Congresso ou do Executivo. A independência institucional é vista como um pilar da estabilidade econômica dos EUA. Powell, por sua vez, já demonstrou em outras ocasiões não se abalar por pressões vindas da Casa Branca.
Mesmo com as críticas de Trump, o Fed continua seu trabalho de acompanhar os indicadores econômicos e decidir o rumo das taxas de juros conforme os objetivos de inflação e emprego. Até o momento, não há sinal de que Powell cogite renunciar ao cargo.
Cenário eleitoral pode intensificar disputas
Com Trump sinalizando forte intenção de retornar à presidência, a tensão com figuras centrais da economia dos EUA, como Powell, tende a se intensificar. A política monetária, especialmente em um cenário de inflação elevada, será um dos pontos centrais do debate nos próximos meses.
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