Você pagaria 2.000% a mais por um genérico? Veja o que o Procon descobriu

 


Levantamento revela variações extremas em medicamentos de uso comum

O Procon-SP divulgou um levantamento alarmante que revela variações de até 2.000% nos preços de medicamentos genéricos vendidos em farmácias físicas e online. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 28 de maio de 2025 em estabelecimentos da cidade de São Paulo, litoral e interior do estado. Entre os medicamentos analisados, estão antibióticos, antialérgicos, anti-inflamatórios e antidepressivos.

O órgão reforça a importância de comparar preços antes de comprar, já que os valores podem variar drasticamente mesmo para o mesmo produto e dosagem.

Tadalafila de R$ 4 a R$ 93 exemplifica disparidade

Na capital paulista, o caso mais emblemático foi o da Tadalafila de 5 mg, indicada para disfunção erétil. A caixa com 30 comprimidos foi encontrada por R$ 4,27 em uma farmácia e por R$ 93,58 em outra — uma diferença absurda de 2.091,33%.

Entre os medicamentos de marca, o destaque foi para o Dexason (creme corticoide), com preços variando de R$ 5,17 a R$ 17,87, uma diferença de 245,65%. No ambiente online, o hormônio tireoidiano Synthroid teve variação de 147,34%, com valores entre R$ 21,99 e R$ 54,39.

Genéricos continuam mais baratos, mas exigem atenção

Segundo o Procon-SP, os medicamentos genéricos são, em média, 64,67% mais baratos que os de referência em farmácias físicas e 67,31% em canais digitais. Além disso, os preços dos genéricos vendidos online são 13,88% menores do que nas lojas físicas.

No interior do estado, os destaques foram Presidente Prudente e São José dos Campos. Em Prudente, o genérico do Viagra — Citrato de Sildenafila 50 mg — variou de R$ 1,99 a R$ 17,51 (779,90%). Já em São José, o vermífugo Albendazol (referência) teve diferença de 141,46%, com preços de R$ 8,20 a R$ 19,80.

Alta dos preços supera a inflação

Outro dado preocupante é a alta média de 8,6% nos preços de medicamentos de referência, enquanto o IPCA acumulado no período foi de apenas 5,8%. Isso significa que, mesmo com regulação, os preços de muitos remédios estão subindo acima da inflação.

Desinformação entre consumidores é um desafio

Em paralelo à pesquisa, o Procon-SP ouviu 1.378 consumidores, e os resultados mostram graves falhas de conhecimento:

  • 74,8% não conhecem os preços regulados pela Anvisa

  • 86% desconhecem como as farmácias usam seus dados pessoais

  • 40,5% se sentem mal informados para escolher medicamentos conscientemente

Procon reforça orientações para compras seguras

O órgão alerta que, mesmo com a existência do Preço Máximo ao Consumidor (PMC), a variação entre farmácias continua alta. Por isso, é essencial comparar preços, verificar validade, lote e registro na Anvisa e buscar programas de desconto ou distribuição gratuita.

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