WEG divulga balanço do 2º trimestre: por que o mercado espera uma virada após decepção

 


A WEG (WEGE3) divulga nesta quarta-feira (23) os números do segundo trimestre de 2025, em meio a uma expectativa cautelosa dos investidores. O foco, desta vez, está voltado especialmente para as margens de lucro, depois de um primeiro trimestre abaixo do esperado.

O que o mercado projeta para o balanço da WEG?

De acordo com um relatório do BTG Pactual, o mercado espera que a WEG apresente um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, o que representaria uma alta de 10% em relação ao trimestre anterior. O principal fator para essa melhora seria justamente a recuperação das margens, que decepcionaram no começo do ano e fizeram o papel recuar na Bolsa.

“O ritmo de crescimento da receita ainda é uma preocupação, mas o consenso é que a empresa não deve repetir a frustração que vimos anteriormente”, destaca o banco.

O histórico de quem investiu na WEG

Apesar dos solavancos recentes, quem aposta na WEG de olho no longo prazo não costuma se arrepender. Um levantamento da Hike Capital mostra que um investimento de R$ 10 mil há 20 anos se transformou em impressionantes R$ 482 mil, sem considerar dividendos ou reinvestimentos. Isso representa uma valorização de 4.724%.

O mesmo levantamento mostra que:

  • Em 15 anos, o retorno foi de 2.023%, virando os mesmos R$ 10 mil em R$ 212 mil.

  • Em 10 anos, a alta foi de 527%, elevando o investimento para mais de R$ 62 mil.

No curto prazo, porém, a ação da WEG mostra outro retrato: nos últimos seis meses, caiu 25%, pressionada principalmente por tarifas dos EUA, câmbio desfavorável e incertezas sobre subsídios americanos para energia renovável.

Ainda vale comprar WEG?

Mesmo com a queda recente, alguns analistas enxergam potencial de retomada. Para o JPMorgan, o pior momento já ficou para trás. A avaliação do banco é de que os múltiplos atuais — 13,8x EV/Ebitda para 2026 e 20,4x P/L — limitam o espaço para novas quedas, ao mesmo tempo em que apontam para possível recuperação nos próximos 6 a 12 meses.

“Ainda que o resultado do 2º trimestre não seja um grande gatilho, acreditamos que o posicionamento do investidor já está leve, após três trimestres de correções. Há espaço para surpresas positivas”, escreveu o JPMorgan.

O que o investidor deve ficar de olho?

O ponto central do balanço será a margem operacional: se a WEG mostrar sinais de eficiência na recomposição de custos e conseguir sustentar o ritmo de receita, pode sinalizar um 2º semestre mais firme.

Além disso, a reação do câmbio, o cenário internacional — principalmente em relação às tarifas dos EUA — e novos anúncios ligados a energia renovável são variáveis que podem mexer com o preço da ação no curto prazo.

Vale lembrar

Os resultados da WEG sempre chamam atenção, já que a companhia é uma das queridinhas da Bolsa entre investidores de longo prazo. Mas, como todo investimento em renda variável, o histórico de ganhos não garante lucros futuros. A recomendação é ficar de olho nos números e avaliar o cenário macro antes de tomar qualquer decisão.


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