O Brasil registrou um recorde nas exportações para o Canadá no primeiro semestre de 2025, impulsionado pela busca por mercados alternativos diante da indefinição das tarifas de produtos brasileiros nos Estados Unidos (EUA). O comércio bilateral cresceu 25% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados do relatório Quick Trade Facts, elaborado pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC).
Especialistas da CCBC apontam que, apesar da valorização do real frente ao dólar americano, a moeda brasileira ainda está relativamente desvalorizada, tornando os produtos brasileiros mais competitivos para os consumidores canadenses. Além disso, a ameaça de tarifas punitivas dos EUA reforçou a busca por alternativas.
O saldo comercial brasileiro foi positivo, com queda nas importações canadenses de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,37 bilhão, enquanto as exportações cresceram, elevando a corrente de comércio em 16%.
O ouro bruto, conhecido como bulhão dourado, foi o principal produto exportado, respondendo por US$ 1,35 bilhão, um aumento de 77% ante o primeiro semestre de 2024. O café não torrado também se destacou, com alta de 45% nas vendas para o Canadá.
Outros produtos com destaque incluem alumina calcinada (+37%), café solúvel (+61%) e minérios de níquel (+30%). Por outro lado, houve queda significativa nas exportações de alguns produtos, como veículos aéreos (-75%) e minérios de cobre (-52%).
Esse movimento reflete a adaptação do Brasil a um cenário externo desafiador, ampliando parcerias comerciais e buscando diversificar destinos para suas exportações em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos.
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