De volta ao campus: como a cripto virou febre universitária com dinheiro de verdade e memes digitais
Nos últimos anos, o mundo das criptomoedas passou por altos e baixos. Depois de um boom em 2021 e um colapso em 2022, muitos acreditavam que o entusiasmo dos jovens tinha esfriado. Mas um novo movimento está reacendendo o interesse, e ele começa justamente nas universidades. Com o apoio de fundos de capital de risco, como Collab+Currency, Consensys Mesh e Hydra Ventures, estudantes estão liderando a nova onda da criptoeconomia por meio da iniciativa Dorm DAO.
O que é o Dorm DAO?
O Dorm DAO é uma organização descentralizada que distribui fundos em Ether (a segunda maior criptomoeda do mundo) para clubes estudantis em universidades como Oregon, Michigan e Virgínia. O objetivo é cultivar um ecossistema cripto dentro do ambiente acadêmico, com foco em pesquisa, treinamentos e práticas reais de mercado. A aposta é formar uma nova geração de especialistas em blockchain e finanças digitais.
Estudantes na liderança da revolução
Cameron Coleman, estudante do terceiro ano na Universidade do Oregon, é um exemplo claro do impacto do programa. Ele entrou na faculdade sem saber muito sobre cripto, mas se apaixonou pela tecnologia ao participar de um evento estudantil. Hoje, lidera o Oregon Blockchain, com mais de 40 membros, além de gerenciar sessões de trading e orientar iniciantes.
O Dorm DAO também ajuda estudantes a conquistar estágios em startups do setor. Coleman, por exemplo, está trabalhando na Hype, uma plataforma de memecoins apoiada pela Y Combinator. Casos como o dele mostram como a cripto voltou a ser vista como uma oportunidade concreta de carreira.
Resultados que chamam atenção
A primeira turma de clubes universitários que participaram do Dorm DAO conseguiu superar o próprio Ether em 15% de rendimento anual. O sucesso chamou atenção de outros fundos de investimento, que já injetaram mais de US$ 2,3 milhões na iniciativa. A ideia é continuar expandindo, inclusive para fora dos EUA, com clubes já ativos em Cambridge e no Imperial College, no Reino Unido.
Da desconfiança ao reconhecimento
Durante a fase de colapso do mercado em 2022, a cripto passou a ser vista com desconfiança nos campi. Muitos estudantes evitaram se envolver, e empresas como Coinbase e Gemini fizeram demissões em massa. Agora, porém, o estigma começa a desaparecer. Até mesmo grandes instituições, como a SEC, estão participando de eventos promovidos pelos clubes.
A conferência universitária de blockchain organizada por ex-membros do Dorm DAO conseguiu arrecadar mais de US$ 115 mil em 2024. Para este ano, a meta é dobrar esse valor, com apoio de nomes como Uniswap, Solana e Coinbase.
Cripto virou coisa séria?
A nova abordagem universitária mostra que o universo cripto está se distanciando da imagem de “jogo de azar” para adotar um perfil mais profissional e acadêmico. Ao transformar clubes estudantis em polos de experimentação e capacitação, o Dorm DAO pode estar plantando as sementes do próximo salto tecnológico nas finanças digitais.
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