A inteligência artificial já não é apenas uma ferramenta de apoio nas empresas — ela está moldando o próprio funil de contratações. Hoje, antes mesmo de um olhar humano, o seu currículo pode passar pelo crivo de algoritmos que decidem se ele avança ou não. Isso significa que, se o documento não “falar a língua” dessas ferramentas, ele corre o risco de ser descartado antes de ser visto por alguém.
Um estudo da Harvard Business School, divulgado em abril de 2025, reforça essa mudança: compreender como a tecnologia influencia o trabalho e os processos seletivos é um diferencial competitivo para quem busca uma vaga. E, nesse cenário, o ChatGPT pode se tornar um aliado estratégico — desde que receba prompts bem estruturados para otimizar currículo e perfil no LinkedIn.
O primeiro ponto é o título do LinkedIn. É ele que define a primeira impressão, funcionando quase como uma vitrine. Especialistas sugerem criar descrições atrativas que combinem palavras-chave do setor com um toque pessoal, sempre respeitando o limite de 220 caracteres. Um bom prompt para isso poderia ser: “Crie um título impactante para LinkedIn de um(a) [profissão] com foco em [competência], usando palavras-chave e tom profissional”.
O segundo elemento é o resumo. Ele deve transmitir experiência, habilidades e trajetória de forma envolvente, sem ser maçante. Uma recomendação prática é usar prompts que peçam narrativas em primeira pessoa, limitadas a cerca de 200 palavras, destacando conquistas e fechando com um convite à interação. Isso cria conexão e aumenta as chances de networking qualificado.
Na descrição das experiências, não basta listar responsabilidades; é preciso mostrar resultados. Isso envolve transformar frases genéricas como “responsável por gerenciar clientes” em afirmações como “aumentei a base de clientes em 35% e gerei R$ 2 milhões adicionais em receita anual”. A IA pode ajudar a estruturar essas informações com verbos de ação e foco em métricas.
Outro passo crucial é identificar e aplicar palavras-chave relevantes. Ao analisar anúncios de vagas, o ChatGPT pode extrair os termos mais valorizados, ajudando o candidato a incorporá-los de forma natural no perfil. Essa técnica aumenta as chances de alinhamento com sistemas de triagem automatizados (ATS – Applicant Tracking Systems).
Por fim, o perfil precisa ser coeso e guiado por CTAs (calls to action) sutis. Frases como “Vamos conversar sobre como posso gerar valor para sua equipe” ou “Conecte-se para trocar ideias sobre inovação no setor” criam um fluxo natural entre as seções e convidam o visitante a interagir.
No mercado atual, não é apenas o conteúdo do currículo que importa, mas a forma como ele dialoga com a tecnologia que o filtra. Ajustar título, resumo, experiências, palavras-chave e CTAs é mais do que estética: é estratégia para garantir que, quando a oportunidade surgir, o seu perfil não fique invisível para as máquinas — e, consequentemente, para os humanos que tomam a decisão final.
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