LCAs ou CDBs: Qual investimento rendeu mais com a Selic a 15% ao ano?

 


Com a Selic mantida em 15% ao ano, o mês de julho foi especialmente lucrativo para quem optou por aplicações em renda fixa. Segundo levantamento da Quantum Finance, os investimentos em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) ofereceram retornos robustos, embora com diferenças significativas dependendo do tipo de papel e prazo escolhido.

No total, 2.231 títulos foram emitidos ao longo do mês — 922 CDBs e 1.309 LCAs. Entre os pós-fixados, os CDBs chegaram a oferecer rendimento bruto de até 14,56% ao ano, o que representou um retorno líquido de R$ 546 em apenas seis meses, para quem investiu R$ 10 mil. No entanto, ao considerar a incidência do Imposto de Renda, as LCAs se destacaram por serem isentas dessa tributação, proporcionando ganhos líquidos superiores na maioria dos prazos.

Por exemplo, para aplicações de seis meses, um CDB com taxa de 98,59% do CDI gerou um retorno final de R$ 10.549,75, enquanto uma LCA, mesmo com taxa menor de 89,14% do CDI, entregou R$ 10.643,40 — uma diferença de quase R$ 94 a favor da LCA.

O mesmo padrão se repetiu nos investimentos prefixados. Apesar de CDBs oferecerem taxas nominais mais altas — como 13,16% ao ano no prazo de 36 meses —, as LCAs superaram o montante final resgatado. Neste caso, a LCA entregou R$ 14.030,47, enquanto o CDB rendeu R$ 13.816,00 no mesmo período.

Já nos títulos atrelados à inflação (IPCA+), os CDBs apresentaram leve vantagem em prazos mais curtos. Um exemplo é o vencimento em 12 meses, com retorno de R$ 11.145,93, contra R$ 10.810,00 das LCAs. Contudo, para prazos mais longos, as Letras voltaram a liderar, oferecendo até R$ 114 a mais que os Certificados.

A análise indica que as LCAs foram mais vantajosas na maioria dos cenários, especialmente para prazos acima de 12 meses, graças à isenção de IR. No entanto, os CDBs ainda podem ser uma boa opção para quem busca liquidez e rendimento em prazos mais curtos, desde que o investidor esteja atento à incidência de impostos.

Diante dos dados, a escolha entre CDB e LCA não deve se basear apenas na taxa nominal, mas sim no cálculo do rendimento líquido. A prática do “gross up” — que converte a taxa bruta dos CDBs em equivalente líquido — é fundamental para uma comparação justa.

Em um cenário de juros altos como o atual, ambos os papéis se mostram alternativas sólidas à renda variável, mas com perfis de risco e retorno distintos. Avaliar prazos, tributação e necessidade de liquidez continua sendo essencial para tomar a melhor decisão de investimento.

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