Lula realmente ganha pouco? Como o salário do presidente do Brasil se compara ao de líderes mundiais?
A recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que seu salário mensal de R$ 46 mil “não é muito”, despertou curiosidade e debate. Para entender se essa percepção tem fundamento, uma comparação internacional revela como o salário do chefe do Executivo brasileiro se posiciona frente a outros líderes mundiais.
Convertido para dólares, o salário de Lula equivale a aproximadamente US$ 8,4 mil mensais. Isso o coloca atrás de vários outros chefes de Estado, tanto em valor absoluto quanto na proporção em relação ao salário-mínimo de seus respectivos países.
Por exemplo, Lawrence Wong, primeiro-ministro de Cingapura, lidera a lista com um salário de impressionantes US$ 141,6 mil mensais — cerca de 33 vezes mais do que a média salarial de seu país. A justificativa de Cingapura é que altos salários atraem talentos do setor privado e reduzem riscos de corrupção no setor público.
Já Vladimir Putin, da Rússia, ganha US$ 11,6 mil por mês, o que representa 40,4 vezes o salário-mínimo local, a maior disparidade da comparação. Donald Trump, ex-presidente dos EUA, tem salário fixado em US$ 33,3 mil mensais, embora costume doar seus vencimentos para instituições públicas. A relação entre seu salário e o mínimo americano varia de 12,5 a 26,5 vezes, dependendo do estado.
No Brasil, Lula recebe 30 vezes o salário-mínimo nacional, fixado atualmente em R$ 1.518 (aproximadamente US$ 278). É uma proporção significativa, mas ainda inferior à de Rússia e Cingapura. Em comparação, o presidente argentino Javier Milei ganha US$ 4,9 mil por mês, ou 20 vezes o salário mais baixo do país. Na Europa, os chefes de governo do Reino Unido e da França recebem cerca de US$ 19 mil e US$ 18,8 mil, respectivamente, mas com proporções bem mais baixas: 7,4 vezes e 9 vezes os salários-mínimos locais.
Outro caso curioso é o da China, onde Xi Jinping tem um salário modesto de US$ 1,8 mil por mês. No entanto, especialistas apontam que, em regimes como o chinês, outras formas de poder e benefícios não oficiais podem não estar refletidas nesses números.
A análise mostra que, embora Lula esteja longe do topo da lista em termos absolutos, a diferença entre sua remuneração e a de um trabalhador comum é expressiva. Isso levanta questões sobre desigualdade e percepção pública da remuneração de autoridades.
Portanto, será que Lula realmente ganha pouco, como sugeriu? Em termos comparativos globais, seu salário está na média — nem entre os mais altos, nem entre os mais baixos. Mas quando olhamos para o poder de compra e a realidade do trabalhador brasileiro, os números mostram uma distância ainda difícil de ignorar.
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