O preço do petróleo vai continuar caindo? O que há por trás da sequência de quedas?

 


O mercado internacional de petróleo vive um momento de incertezas e reações voláteis, impulsionadas por fatores geopolíticos e econômicos que mexem com os preços da commodity. Nesta quinta-feira (7), os contratos futuros de petróleo fecharam em queda pela sexta sessão consecutiva, revertendo uma leve alta registrada mais cedo. A movimentação dos investidores tem sido fortemente influenciada pelas tensões diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia.

O barril do WTI, referência nos EUA, recuou 0,73%, encerrando o dia cotado a US$ 63,88. Já o Brent, referência global negociado na ICE, caiu 0,68%, fechando a US$ 66,43. Esse movimento marca mais um dia de pressão negativa sobre o setor, que vem acumulando perdas em meio a incertezas sobre a política internacional, o fortalecimento do dólar e a possibilidade de aumento na oferta por parte da Opep+.

O centro da tensão está na relação entre Washington e Moscou. De um lado, há uma expectativa de avanço para um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin. De outro, os EUA cogitam impor novas sanções à Rússia, com uma decisão prevista nas próximas horas. A Casa Branca nega que o encontro entre os dois líderes já esteja definido, exigindo que Putin se reúna primeiro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, algo que a Rússia ainda não sinalizou estar disposta a fazer.

Essas indefinições geram ruídos no mercado. Um possível cessar-fogo no conflito ucraniano, por exemplo, poderia resultar em maior estabilidade na produção russa de petróleo, o que pressionaria os preços para baixo, como avalia o estrategista Mohit Kumar, do Jefferies. A perspectiva de que a Opep+ possa aumentar sua produção também contribui para o sentimento negativo.

Outro fator que pesou foi a valorização do dólar nesta quinta-feira. Como o petróleo é cotado na moeda americana, seu fortalecimento torna a commodity mais cara para compradores de outros países, o que pode reduzir a demanda e pressionar os preços.

Ainda há dúvidas sobre o papel da Índia nesse cenário. Com a tarifa de 25% anunciada por Trump sobre o petróleo russo, o mercado observa com atenção se o governo indiano continuará comprando a commodity de Moscou. Por enquanto, há divergência entre os analistas, mas a possibilidade de restrição nesse canal de venda preocupa os exportadores.

Diante desse contexto instável, a questão permanece: os preços do petróleo continuarão caindo nos próximos dias ou haverá uma reviravolta? A resposta dependerá, em grande parte, do desenrolar das negociações diplomáticas e de decisões estratégicas por parte dos principais países produtores. Até lá, os investidores devem seguir atentos e cautelosos.

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