Quase colisão em Guarulhos: Como um erro no taxiamento pôde causar um acidente entre Air France e Azul?
Na noite da última quarta-feira (6), um incidente grave chamou a atenção no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Dois aviões — um Airbus A350-900 da Air France e um Embraer 195-E2 da Azul Linhas Aéreas — estiveram a poucos segundos de colidir durante um procedimento de taxiamento, quando as aeronaves se movimentavam nas pistas para pouso e decolagem.
O episódio ocorreu por volta das 19h30, momento em que a tripulação da Azul percebeu a aproximação perigosa do Airbus, que havia recebido autorização para alinhar na pista de decolagem. O Embraer da companhia brasileira já aguardava na via de taxiamento quando o avião francês avançou em sua direção, gerando uma situação de alto risco.
Foi graças à rápida reação do comandante da Azul que a colisão foi evitada. Ao notar que a asa do Airbus estava praticamente sobre a cabine de seu avião, ele imediatamente alertou os colegas da Air France com a comunicação: “Air France, stop”. Esse alerta precoce possibilitou a parada do Airbus antes que a colisão ocorresse, demonstrando a importância da atenção e do trabalho em equipe da tripulação para garantir a segurança no solo.
Após o incidente, a torre de controle enviou uma viatura para avaliar a situação e determinou que a aeronave da Azul fosse rebocada para o pátio, enquanto o Airbus permaneceu aguardando autorização para decolar. Durante a espera, o comandante do avião francês comunicou que possuía apenas 10 minutos para a decolagem, pois caso contrário teria que retornar para reabastecimento, o que adicionou tensão ao momento.
Finalmente, o Airbus da Air France decolou às 20h10, enquanto o Embraer da Azul só pôde partir às 20h48, após ser rebocado e reposicionado. A demora e o desconforto gerados pelo incidente evidenciam a complexidade e o rigor necessários para evitar acidentes nas operações aeroportuárias.
O comandante da Azul, visivelmente preocupado, questionou a torre de controle sobre as orientações para a tripulação da Air France diante do que classificou como uma situação “de loucura”. Ele também solicitou que as gravações das comunicações entre a torre e as aeronaves fossem preservadas para eventuais investigações. Esse procedimento é padrão em casos que envolvem possíveis falhas operacionais e serve para que órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), possam analisar o caso detalhadamente.
Esse episódio alerta para a importância de protocolos rigorosos no gerenciamento do tráfego aéreo, sobretudo em aeroportos movimentados como Guarulhos, que é o principal hub do país e um dos mais movimentados da América Latina. A segurança das operações aéreas depende da coordenação precisa entre pilotos e controladores, e qualquer falha pode colocar em risco a vida de passageiros, tripulantes e profissionais envolvidos.
Enquanto não se divulgam os resultados oficiais das investigações, o incidente reforça a necessidade constante de aprimoramento nos procedimentos de taxiamento e de comunicação em aeroportos para evitar que situações de alto risco se transformem em acidentes graves.
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