As Forças Armadas da Ucrânia intensificaram neste fim de semana uma estratégia de ataques a infraestrutura essencial dentro do território russo, elevando a tensão na guerra que já ultrapassa três anos. Segundo comunicado divulgado no Telegram pelas Forças de Sistemas Não Tripulados da Ucrânia (USF), os militares atingiram importantes instalações de petróleo e alvos militares russos. Entre os locais danificados está a refinaria de Ryazan, situada a cerca de 180 quilômetros a sudeste de Moscou, onde um incêndio foi registrado após o ataque.
Outro alvo confirmado pelas autoridades ucranianas foi o depósito de armazenamento de petróleo Annanefteprodukt, localizado na região de Voronezh, que faz fronteira com o nordeste da Ucrânia. A escolha desses alvos mostra como Kiev tenta minar diretamente a infraestrutura energética que abastece a máquina de guerra russa, atingindo pontos críticos de abastecimento e logística.
A declaração das Forças Ucranianas não especificou os detalhes operacionais, mas destacou que a ofensiva foi conduzida pela divisão especializada em drones. Esses sistemas têm ganhado cada vez mais protagonismo no conflito, permitindo à Ucrânia compensar parte da superioridade aérea russa com ataques de longo alcance. Desde o início da invasão, em 2022, Kiev vem investindo pesado em drones kamikaze, capazes de transportar explosivos a centenas de quilômetros.
Além das refinarias, os ucranianos também afirmaram ter atingido o aeródromo militar russo de Primorsko-Akhtarsk. Essa base é estratégica porque serve como plataforma de lançamento de drones russos de longo alcance que frequentemente atingem alvos dentro da Ucrânia. Segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), os drones ucranianos também teriam atingido uma fábrica de eletrônicos em Penza, que abasteceria o complexo militar-industrial russo.
Do lado russo, não houve confirmação imediata sobre os danos relatados. O Ministério da Defesa da Rússia informou apenas, em seu relatório diário, que derrubou 338 drones ucranianos durante a noite. O governo russo, porém, não costuma divulgar o total de equipamentos lançados, dificultando uma avaliação independente da eficácia dos ataques.
Por sua vez, a Força Aérea da Ucrânia relatou ter derrubado 45 dos 53 drones russos lançados em direção ao seu território durante a mesma noite. O intenso uso de drones por ambos os lados evidencia como essa tecnologia se consolidou como peça central do conflito, capaz de causar estragos significativos em infraestrutura crítica sem envolver diretamente grandes deslocamentos de tropas.
No leste da Ucrânia, a guerra terrestre segue sem trégua. O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a captura do vilarejo de Oleksandro-Kalynove, na região de Donetsk. A localidade é pequena, mas representa avanço para Moscou numa frente marcada por longos combates de posição. A Ucrânia não confirmou a perda da vila, e agências internacionais não conseguiram verificar a informação de forma independente.
Hoje, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, especialmente áreas no leste e no sul do país. Diante de um cenário de guerra prolongada, ataques como o deste sábado reforçam que Kiev não pretende apenas se defender, mas também desgastar a retaguarda russa, mirando setores essenciais para o esforço bélico de Moscou. Com o prolongamento do conflito, cresce a expectativa de novas ofensivas com drones cada vez mais sofisticados e ataques cirúrgicos em pontos nevrálgicos da infraestrutura russa.
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